segunda-feira, março 28, 2011

Ao meu melhor companheiro de viagem

Ao meu melhor companheiro de viagem.

Ao único que nunca se queixou,

ao único que nunca se zangou,

ao único que ainda podendo,

nunca me insultou.



Ao único que me acompanhou a Andaluzia,

onde o calor de Sevilha nos embriagou.

Ao que me acompanhou ao Porto

e sem dar conta,

mil vezes me rejeitou.



Ao que me acompanhou ao norte,

onde Gijón viu dois loucos forasteiros,

Uma muito bela e o outro louco de amor por ela.



Ao que me acompanhou a Paris,

a cidade do amor e do romantismo

para os turistas e endinheirados,

e do amor e do romantismo

para dois pobres estrangeiros

que passavam as noites

sobre o Sena.

Cerveja na boca, cigarro na mão,

cerveja na mão e beijos apaixonados,

cerveja pousada e ambas as mãos

noutras ocupações.



Ao que me acompanhou a Bruxelas,

cidade que esvaziou os nossos bolsos,

roubou as nossas roupas,

mas que nos encheu o coração.



Ao que me acompanhou a Amesterdão,

e essa, erradamente chamada

cidade do pecado,

viu-nos pecar.

Mas também nos viu chorar,

beijar e despedir.



Àquele que eu amo pelo que é

e pelo que me faz sentir.


A ele,

por ter sido

o meu melhor companheiro de viagem.




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