Isto de se gostar do que se faz é fodido. Ainda pior se o que se gosta não é fácil de encontrar... Este fim-de-semana tive uma conversa com um profissional da minha área, mais velho, mais experiente e empregado há muitos anos. Falei-lhe sobre o meu percurso profissional e sobre esta nova "oportunidade" que estou a ter, com as suas condições "especiais", ao que ele me responde: "Kat, tu tens 25 anos! Já passaste a idade de aceitar esse tipo de propostas e trabalhar nessas condições! Isso é exploração! Porque é que aceitaste?!"
Encolhi os ombros, mas a resposta surgiu automaticamente na minha cabeça, embora não a verbalize: "porque ainda luto e acredito que vou trabalhar no que gosto, e vou ser bem compensada por isso".
Mas ultimamente tenho pensado, será que isso um dia vai acontecer? Por esta minha insistência (parva?) de querer trabalhar nesta área estou com a minha vida em suspenso, sem um ordenado e trabalho fixos (e em condições dignas devo acrescentar), há três anos. Será que não está na altura de "desistir", aceitar que isso não vai acontecer e procurar um trabalho que me dê estabilidade? Quer dizer, já tenho idade para ter juízo e começar a definir a minha vidinha! Os meus pais não têm obrigação de me sustentar para sempre! Coitados... eu sei o quanto está a ser dificil fazê-lo agora e, sinceramente, não sei se acredito que valha a pena... mas não consigo ter coragem para desistir. Estou a gastar mais dinheiro do que o que ganho e do que tenho, as perspectivas não são as melhores, então porque é que insisto em vir e mostrar o meu valor?
Ouço dizer, e os meus amigos insistem nisso, que as coisas boas acabam por acontecer a quem merece e quem luta por isso... mas eu devo ser mesmo uma má pessoa, porque luto que me esfolo, trabalho que me esfolo, aceitando todas as condições, e mesmo assim não acontece nada!
2 comentários:
Estou numa situação que não é bem a mesma porque ganho o merecido para o que trabalho mas trabalho tão pouco que não dá para nada.
Dou por mim, também imensas vezes, a fazer perguntas semelhantes a tentar perceber para onde me encaminho, a questão dos pais e se já não mereço algo que almejo e acho que mereço por tudo o que fiz.
Resta-nos a esperança!
"Ouço dizer, e os meus amigos insistem nisso, que as coisas boas acabam por acontecer a quem merece e quem luta por isso... mas eu devo ser mesmo uma má pessoa, porque luto que me esfolo, trabalho que me esfolo, aceitando todas as condições, e mesmo assim não acontece nada!"
As vezes que eu ouço isto e a vontade que me dá bater em alguém. Realmente também devo ser muito má pessoa...
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